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Talvez a última vez

– Não estou entendendo… Me explica melhor, por favor…

Era uma noite linda de sexta-feira. Fim de inverno, o céu estrelado, e um vento gelado soprava de vez em quando, dando calafrios. Vento que, quando batia em seus cabelos cacheados, criava ondas quase simétricas, que ela tirava do rosto com um gesto delicado das mãos.

– Estou confusa, não sei se quero um relacionamento agora.

Da sala, vinham risadas altas, de assuntos alheios a nós. Da varanda, eu podia ver o movimento frenético da rua abaixo. O prédio ao lado era todo coberto de ladrilhos marrons. “Bem feio”, pensei.

– Não sei se o que estou fazendo é certo. Não sei explicar nada… – ela continuava.

– Bem, eu não entendo, mas também não posso fazer nada. Vou embora…

– Fica. Quero você aqui comigo.

– Não, prefiro ir. Não tem sentido ficar aqui.

Ela tocava meu colar, bem próxima a mim. Torturante.

Me levou até a porta. Aproximou-se de mim, e tocou meus lábios, de leve. Meu coração acelerou.

Lentamente, se aproximou. Beijei sua boca. Carnuda, rosada. Com as pontas dos dedos, tocava seu rosto, seu pescoço, e devagar a puxei pela nuca. Enquanto eu brincava com minha língua nos seus lábios, ela me puxou sutilmente pela cintura. Nossas línguas se entrelaçaram. Um beijo terno, quente, suave… e triste.

A encostei no batente da porta. Enquanto nos beijávamos, passei minhas mãos por debaixo de sua jaqueta e arranhei de leve suas costas, ao mesmo tempo em que ela tocava delicadamente meus seios por cima da roupa. Nos olhamos. Nossa respiração estava ofegante.

Ela me pegou pelas mãos e me levou ao banheiro. Ninguém da sala percebeu nossa passagem, envolvidos que estavam com a música, a bebida e o papo.

Fechou a porta devagar. A olhei, com lágrimas nos olhos, e dei um sorriso. Ela se encostou na parede, e me trouxe para perto. Puxando-me pelo queixo, tocou meu rosto com cuidado, de olhos fechados, com as mãos e os lábios,. Quando senti sua boca perto da minha, a mordi, devagar. Ela deu um suspiro de desejo.

Beijei-a com vontade. Queria guardar o gosto de sua boca. Ela colocou as mãos por debaixo da minha blusa e tocou com firmeza meus mamilos, que logo ficaram duros em seus dedos.

Tirei sua jaqueta, enquanto beijava e mordia seu pescoço. Ela gemia, e estava toda arrepiada.

Sacamos nossas blusas com pressa. Levantei seu top e passei a língua no seu colo, descendo até os seios, enquanto abria o zíper de sua bermuda. Coloquei minha mão dentro de sua calcinha, sentindo-a totalmente molhada, e a toquei ao mesmo tempo que chupava seus mamilos, louca de desejo.

Ela envergou o corpo para trás, estonteante.

Eu brincava com seu grelo, enquanto a beijava, lambia, mordia, até que ela colocou sua mão sobre a minha.

– Fica aí, não tira… Mas fica parada.

Levantou minha saia, e colocou sua mão em mim. Prendi a respiração. Ao sentir-me enxarcada de tesão, deu um gemido baixinho. Passou a me tocar com vontade, enquanto eu continuava com minha mão parada sobre seu grelinho. Olháva-mos nos olhos uma da outra, ofegantes, enlouquecidas.

De repente, ela me penetrou. Seus dedos iam e vinham, enquanto a palma de sua mão roçava em meu clitóris. Instintivamente, voltei a tocá-la, e passamos a rebolar de forma quase sincronizada.

Sem conseguir segurar, gozei, gritando alto. Na sala, a conversa, a música e as risadas continuavam. Tirei minha mão de dentro de sua calça, e nos abraçamos com carinho.

A olhei séria. Ainda a queria.

Nos beijamos. Lentamente, mordisquei seu queixo, seu pescoço, seu colo, e fui descendo até ficar de joelhos. Tirei sua bermuda e sua calcinha, a olhei, e ela deu um sorriso safado e lindo.

Passei meus lábios em sua buceta, que escorria de tesão. Toquei-a devagar, enrolando um pouco para fazer o que ela tanto queria. Eu podia sentir sua respiração ficando cada vez mais alta.

Fui até o vaso e abaixei a tampa:

– Vem cá – eu disse.

Ela se sentou, ajoelhei-me de frente para ela e, apoiando seus pés na parede atrás de mim, abri sua pernas, a deixando totalmente exposta.

Passei minha língua em sua buceta, de baixo para cima, devagar, até chegar no seu grelinho, que já estava durinho depois de tanto tocá-lo. Ela cravou as mãos em meus cabelos, e me puxou para ela. Mas eu queria torturá-la um pouco, e continuei fazendo tudo muito sutilmente, sem nenhuma pressa, indo e vindo com minha língua do cuzinho até o clitóris. Ela gemia baixinho, rebolando o quadril para frente e para trás.

– Ai, isso é tortura! – ela disse, com sua voz rouca.

Sorri e então, finalmente, passei a chupar e passar a língua em seu grelo. Ela pressionava a minha cabeça, e eu pude sentir seu corpo contraindo todo.

Seus gemidos ficavam cada vez mais altos, mas continuei, enlouquecida e indiferente às pessoas na sala.

– Ai, não para que vou gozar – falou baixo. Eu estava quase gozando também.

Sem parar de chupá-la, coloquei dois dedos em sua buceta. Ela emitiu um grito oco, seu corpo se contorceu e então pude sentir as pulsações de seu gozo. Mas, mesmo com ela trêmula e me pedindo que parasse, continuei chupando-a, de forma mais leve, pois eu queria gozar com seu gosto em minha boca. Ela gozou rapidamente, linda, juntamente comigo.

Exausta, apoiou as pernas em meus ombros. Tirei meus dedos de dentro dela devagar, e subi beijando desde sua barriga até sua boca.

– A gente é louca – falei.

Ela riu: – Totalmente.

Nos olhamos com tristeza. Me levantei, recolhendo minhas roupas pelo chão, e fui lavar meu rosto na pia. Nesse momento, ela se levantou e me abraçou por trás.

Nos fitamos pelo espelho, e ficamos assim por alguns instantes, até que me virei.

– Preciso ir, vai ficar tarde.

– Eu sei.

Esperei ela se recompor, para então sairmos do banheiro.

Ao chegarmos na sala, todos nos olhavam como quem percebeu tudo, mas prefere fingir que nada aconteceu. Me despedi rapidamente, e ela me levou até a porta de entrada. Demos um selinho carinhoso, e caminhei até o elevador. Ela ficou me observando parada na porta.

Encostei na parede, e continuamos nos olhando.

– Chegou – eu disse, apontando para o elevador e fingindo sorrir, mas tentando segurar o choro – Se cuida, tá?

– Você também – ela disse.

Desci, com meu coração já apertado de saudades.

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Laura Miranda