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Silas Malafaia diz que vai processar ABGLT; entidade afirma que pastor incita a violência

Após tomar conhecimento da ação que a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) encaminhou para o Ministério Público Federal (MPF) pedindo que tomassem providências em relação ao programa "Vitória em Cristo", por acreditar que este incita a violência contra a comunidade LGBT, o pastor Silas Malafaia, apresentador do programa, respondeu à Associação com outro vídeo.

Logo de inicio Malafaia diz que "mais uma vez o movimento gay se utilizou do que há de mais baixo" para atacá-lo. Em seguida, o pastor diz que os gays querem culpá-lo criminalmente. "Eles [movimento gay] foram a êxtase e encaminharam um documento ao Ministério Público Federal para tirar o meu programa do ar e penalizar as emissoras e me penalizar criminalmente".

Malafaia volta a dizer que não "incita violência contra os gays" e afirma que não mandou "descer o porrete na comunidade gay no sentido de agredir", mas que, única e exclusivamente, pedia para a que a Igreja Católica reagisse à campanha "Nem Santo te Protege", que para ele ridicularizou a Igreja Católica. Ao explicar as suas falas, Malafaia diz que o movimento gay "age como palhaço e que deveria se vestir de bozo para aparecer".

"Eu queria mostrar uma coisa que tenho denunciado há tempos: o grupo mais intolerante da pós-modernidade são os grupos de defesa gay. Eles não suportam a crítica, eles querem calar qualquer um que se posicione contra a prática deles, é o que eles querem fazer comigo e já tentaram várias vezes. Eu nunca fiz isso, mas vou entrar com uma ação contra a ABGLT por causa desse vídeo", avisa Malafaia.

"O que o pastor Silas Malafaia faz é incentivar a violência", diz Toni Reis
Após tomar conhecimento do vídeo resposta do pastor Silas Malafaia e de sua ação contra a ABGLT, a reportagem de A Capa entrou em contato com Toni Reis, presidente da entidade. Reis declarou que a comunidade gay se sentiu "lesada" com as afirmações do pastor, que mandou a Igreja Católica descer o porrete na comunidade LGBT.

"O que nós fizemos foi encaminhar uma procuração para o MPF para investigar o programa do Malafaia. A ABGLT não faz investigação, nós apenas representamos uma comunidade e ela se sentiu ofendida com as palavras do pastor no programa. Quando o Malafaia fala para a Igreja Católica descer o porrete na comunidade gay, ele está sim incentivando a violência. Imagina se eu fosse na TV falar para descer o porrete na comunidade negra ou nas mulheres? Com certeza eu seria enquadrado na lei do racismo e na Maria da Penha", argumentou o presidente da Associação.

Sobre a questão do vídeo ser editado, Toni Reis disse que isso não diminui a gravidade da afirmação do pastor. "Nós iremos encontrar o Ministro das Comunicações (Paulo Bernardo) para tratar desse e assunto e dizer ao ministro que toda a vez que ele [Malafaia] nos citar em programa, iremos pedir direito de resposta".

"A televisão é um concessão pública e não pode ser usada para incitar a violência e o que este senhor, psicólogo e pastor Silas Malafaia faz em seu programa é incitar a violência contra a comunidade gay", finalizou Toni Reis.

Confira abaixo o vídeo resposta do pastor Silas Malafaia.

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