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Réveillon Enchanté

Eu e minhas amigas decidimos apostar nesse réveillon, espelhadas na grande idéia do cruzeiro lésbico da tão querida série “The L Word”. Talvez a ideia pegasse, afinal, que lésbica não gostaria de passar o réveillon em alto-mar num cruzeiro lésbico?

Tudo bem, seria algo menor mas muito mais divertido porque seria também uma festa de máscaras. Não tínhamos dinheiro para um navio, mas alugamos um iate maravilhoso com dois andares e contratamos seis DJs para se revezarem durante toda a festa à fantasia, que só acabaria depois que o barco ancorasse na praia de Calhetas, no primeiro dia do ano.

Confetes, serpentinas, balões dourados e prateados soltos por todos os lados, muitos frios e espumantes. A entrada custava R$ 200 para poder pagar os gastos e garantir que não viesse mais gente que o desejado.

Eu, Anitta Schver, solteira, de bem com a vida e feliz, conhecia boa parte das mulheres que estariam presentes: DJs, modelos, socialites, artistas, jornalistas e empresárias da high lesbian society. Tranquila, não estava à procura de ninguém quando ela caiu de pára-quedas na minha cabeça. Minha amiga Poliana estava hospedando uma médica francesa, amiga de trabalho, junto com seu namorado também francês, em sua casa.

Nos encontramos duas ou três vezes numa galeria que sempre vamos para jantar e tomar um vinho. Celine, uma branquinha linda, cabelos ruivos, olhos verdes e rasgados, queixo afilado, ombros estreitos e uma pele linda. Tinha vindo ao Brasil para um programa de voluntariado. Conversamos poucas vezes, mas os assuntos eram sempre diversos: saúde, política, diferenças sociais, música, vinhos, vegetarianismo. Aleluia, uma mulher vegetariana no meu caminho.

De qualquer forma, por mais afinidades que tivéssemos tido em tão poucos contatos – e o seu namoradinho sempre ao lado – eu não tirava da cabeça a ideia de chamá-la para o réveillon. Talvez porque a peguei diversas vezes me fitando enquanto eu perambulava de uma mesa para outra a falar com conhecidos, talvez porque seus olhos sempre escorregavam para meu decote, talvez pela afinidade ou por pura curiosidade. Seja o que fosse, tinha algo querendo se manifestar entre nós duas. E era bastante sutil.

Por conta dos preparativos, terminei por não encontrá-la mais pessoalmente nas últimas semanas, mas tomei coragem e liguei uma semana antes para a Poli, que me reprimiu visceralmente:

– Olha lá hein, Anitta! A gringa tem namoradO, toma cuidado no que vai dizer a ela…
– Ai, Popó, você vai mesmo perder seu tempo me dando lição de moral a essa altura de minha vida? Eu não tenho conserto mais não, linda… – ri.

Ela aceitou mais facilmente do que eu imaginava. Nem hesitou. Fiquei empolgadíssima com a ideia de poder praticar mais meu inglês olhando para aquele sorriso lindo que ela tinha.

– Just for women, ok? (só para mulheres, certo?)
– Only if you promise me that it´ll be unforgetable (só se você me prometer que será inesquecível).

No dia da festa eu estava radiante. Um amigo, artista plástico, tinha feito uma máscara belíssima para mim, toda branca com brilhos e traços coloridos, cobria metade do meu rosto apenas. Pus um vestido de renda branca, super leve, com as costas nuas e um decote discreto na altura das coxas.

Já estava ficando nervosa de tanta ansiedade por encontrá-la e um pouco de medo de que ela não aparecesse. Depois de pelo menos uma hora e meia esperando, ela chegou vestida para matar. Um vestido dourado tomara-que-caia, longo e fino com um lascão do lado direito que subia até as coxas e uma máscara da mesma cor, daquelas que segura também com uma mão, igual à minha. Enquanto cumprimentava as meninas, respirei fundo e fui ao seu encontro.

– Então você veio…
– Achou que eu fosse desaparecer? – sorriu gentilmente.
– E como fez com o namorado?
– Não precisamos falar nele. Está tudo sob controle, confie em mim.

Nossa, mulher de atitude e sem meias palavras me deixava de pernas bambas. Ergui minha mão direita à sua frente, lhe mostrando o caminho até a entrada principal do iate.

– Quer conhecer o barco? – sugeri.
– Enchanté – respondeu sorrindo.

Deixou o rastro do seu perfume delicioso pelo caminho e fui atrás mostrando cada um dos cômodos do iate: salas, quartos, cozinha, ofurô, hidromassagem, jardim de inverno e pista de dança.

– Estou encantada com esses balões todos pelo chão!
– A ideia foi minha, viu?
– Pelo jeito você sempre tem ótimas ideias…

Sua ousadia, confesso, me intrigava. Teria ela já estado antes com uma mulher ou seria tamanha vontade que a deixava solta desse jeito? Não importava mais, ela estava ali no iate comigo e por mim. Do lado de fora estava frio e todo mundo se aquecia dentro do iate ou na pista de dança, mas eu e ela quisermos ir ver as estrelas na proa. Pegamos alguns drinques e petiscos e fomos ver o céu estrelado. O iate zarpou e seguimos viagem lentamente ao som de um repertório delicioso com Portishead, Massive Attack e outras bandas parecidas.

– Eu nunca vi um céu tão estrelado como esse…

E entre máscaras, estrelas, vinho, queijos, glory box e o cheiro do mar, descobri que ela tinha algo que me intrigava fortemente. Ao mesmo tempo em que exalava sensualidade e me entorpecia com seu cheiro, era uma menina delicada, do sorriso meigo e um coração de ouro, que tinha vindo ao Brasil para um trabalho voluntário.

Eu queria roubá-la para mim. A cada hora que se passava mais eu queria roubá-la para mim. Nos perdíamos nos assuntos e alternávamos com olhares cheios de desejos, mas continuávamos sob as estrelas, com um bom vinho a conversar.

Amores acontecem quando menos esperamos. E eu estava completamente encantada pela Celine, mal sabia chegar nela. E isso é, acreditem, raríssimo. Por isso ela que me pegou na virada, sorrindo, quando disse:

– Você é sempre assim cuidadosa com as mulheres?

Arregalei os olhos:
– Não, somente quando certas francesas perdidas pelo Brasil me deixam de pernas bambas e mãos suadas … só quando horas passam sem que eu perceba…

Ela se aproximou devagar, olhar fixo no meu, e me deu um selinho delicado. Segurei sua cabeça por trás e a puxei para dentro de mim num beijo que mais parecia um reencontro. Existiriam mesmo vidas passadas?

Segurei sua mão e, sem dizer uma palavra, subimos para o quarto do último andar do iate. Não precisávamos dizer nada, nossos olhos diziam por nós. Deixamos as máscaras num móvel e ela se virou de costas para mim, se oferecendo em silêncio, para que eu abrisse o zíper do seu vestido. Deixou o vestido escorregar até ficar quase desnuda por completo, apenas de calcinha. Tinha uma tatuagem linda no cócix, uma espécie de tribal… Beijei seus ombros macios, seu pescoço, suas costas lindas e fui descendo por trás até ficar de joelhos e abraçá-la assim. Ela fechava os olhos e se deixava levar.

Tirei sua calcinha lentamente e a envolvi com meu braço direito até alcançar seu sexo com minha mão. Molhadíssima. Ensopada.

– Mmmm… Anitta, isso é muito bom!

Experimentava a textura de sua boceta molhada e quente com minha mão, explorando cada canto dela, sentindo seu latejar no meu dedo.

– Vira para mim – pedi.

E, virando-se, se debruçou a tirar meu vestido por cima, rapidamente. Abriu um pouco mais as pernas, me mostrando toda sua boceta discreta e de pelos ruivos. Primeira vez que via uma boceta ruiva! Contemplei seu corpo branco nu. Tinha sardas pelos ombros e colo, seios rijos e pequenos, que caberiam perfeitamente em minha boca, um sinalzinho próximo ao umbiguinho, os ossinhos dos quadris à mostra e pernas longas.

Ainda ajoelhada à sua frente e ela em pé, de frente para mim, e com as pernas um pouco abertas, a abracei novamente, enchendo minha mão de sua boceta e friccionando seu clitóris em movimentos circulares. Ela jogou a cabeça para trás.

Sentia sua boceta me convidar a entrar nela e pus um dedo em sua fenda quente e apertada. Como ela era macia…

– Uhh, isso, isso, faz mais – me pedia derretidíssima em minha mão.

E eu fiz o que pediu: coloquei mais um dedo e depois mais um dedo, sendo ao todo três dedos inteiros em sua boceta ruiva dilatada para mim. E fodi com força, dentro e fora, bem rápido e quando ela gemia mais, eu diminuía abruptamente, alternando com movimentos lentos, só de sacanagem. Mas que ela gostava porque gemia bem safada pra mim.

E assim fui conhecendo seu corpo e seus prazeres, a possuindo, fodendo ela bem gostoso, de joelhos em sua frente. Parei olhando bem fundo nos seus olhos:

– Alguma mulher já te tocou alguma vez? – perguntei receosa da resposta.
– Nenhuma, além de você. É a primeira – disse me olhando séria de cima.

Tirei os dedos de dentro dela com cuidado e me levantei, beijando sua boca:

– Então prometo que nunca vai esquecer e que nenhuma outra fará melhor, até porque você será minha – sorri.

Ela sorriu de volta com o olhar de menina, mas se deitou na cama de pernas abertas, levantou os braços e me chamou:

– Vem cá, vem… me mostra tudo o que você sabe que eu estou pulsando por você…

(Continua…)

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Safado, puto, sem vergonha