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“Queremos incluir todo mundo”, diz Douglas Drumond sobre Associação de Empresários GLS

Na noite de ontem (05/04), às 20h, o clube SoGo abriu suas portas para receber um grupo de empresários dispostos a criar a Associação dos Empresários LGBT. Este já é o terceiro encontro, que reuniu um pouco mais de 30 pessoas.

Logo na entrada, era distribuído aos participantes um kit promocional da marca de sungas Aussiebum. "Essa marca [Aussiebum] é australiana, e já está a fim de financiar a nossa Associação. Olha que marketing maravilhoso que eles fizeram", disse Douglas Drumond, presidente do Casarão Brasil. Dentro do kit, um CD de apresentação, um catálogo de produtos e uma fita métrica. 

Douglas deu início a reunião, que começou com trinta minutos de atraso. "Em São Paulo, tem que atrasar. Não dá pra começar nada no horário. 21h30, 22h… ainda tem gente chegando". O empresário começou sua fala dizendo que a necessidade de se criar uma Associação de empresários é para que, junto com o governo e outras organizações, possa se realizar diversas ações, trazendo mais liberdade e benefícios ao segmento.

"Por exemplo, semana passada, levamos um oficio à Prefeitura de São Paulo para que a rua Vieira de Carvalho se torne uma área de lazer aos domingos. Quem fez isso? O Casarão Brasil, a Associação da Parada e o Arco-Íris… Então, se tivesse um selo da Associação dos empresários, enfatizaria esta ação. O sistema é assim, precisa disso", afirmou.

Em seguida, Alberto Pinto, da Txai Consultoria, divagou sobre a finalidade da Associação que, em resumo, é "trocar experiências, valorizar a diversidade e juntar nossas forças para fortalecer o movimento". Entre os objetivos, está a elaboração de um Estatuto, motivo principal da reunião.

José Geraldo, proprietário da boate Cantho, foi o primeiro a questionar se há alguma orientação quanto à criação do Estatuto. "Temos. Por quê? Você quer nos ajudar?", perguntou Douglas. O dono da Cantho disse que o Estatuto deveria ser qualificado para que pudesse abranger um leque maior de oportunidades. Quanto a isso, Douglas afirmou que o Estatuto será feito baseado no do Casarão, que foi orientado por Dimitri Sales, que chegou somente no final da reunião. "Já acabou? Acabei de voltar de viagem…", explicou.

Apesar de estar apenas no seu terceiro encontro, a Associação já sofreu uma mudança bastante significativa: o nome. Durante as sugestões levantadas, José Geraldo apontou à questão de que não é um empresário LGBT e, sim, trabalha no segmento. "Acho que o nome, a nomenclatura, deveria ser revista. Não por mim, mas é preciso ter cuidado. Deveria ter a palavra segmento, pois há os que não são gays, lésbicas e travestis, mas tem empresa gay. Eu, por exemplo, sou hétero e tenho uma boate gay".

Douglas disse que a necessidade de incluir a palavra "segmento" já havia sido discutida. "A gente quer incluir todo mundo. Então, se nessa primeira fase [da Associação] você se sentiu excluído, na próxima vai se achar", disse. "Não estou me sentindo excluído, só estou pensando na nomenclatura. Poderia criar, então, comissões de gays, lésbicas, héteros, que trabalham no segmento", explicou José.  

A alteração do nome da Associação foi amplamente (palavra citada inúmeras vezes na reunião) discutida. Por fim, André Fischer, do site Mix Brasil e da revista Junior, sugeriu que se copiasse então o modelo usado nos EUA. "Lá fora, se usa Câmera do Comércio. Acho que seria uma solução." A sugestão foi bem recebida. Porém, assim com a criação do Estatuto, o nome da Associação será uma das ações para a próxima reunião, que deverá ser realizada no auditório da Câmara Municipal.

Seriedade
Ricardo Morellato, do clube SoGo, levantou a polêmica sobre a lei anti-fumo, que proíbe o cigarro em locais fechados. "Ao ler a matéria sobre a lei anti-fumo na Folha de São Paulo, o que eu acho um absurdo, pensei: aonde vou me informar? Tive que ligar na Associação de Bares e Restaurantes e lá eles me passaram o telefone de um advogado. Então, qual é a proposta aqui? Se existisse a nossa Associação, era pra onde eu ligaria. Não precisaria recorrer a de Bares e Restaurantes. É mais uma novidade? É. Mas que vem séria", avaliou.

Perto do fim, mesmo sem o Estatuto criado, foram ‘eleitos’ os membros da Associação. "Quem vai ser o presidente?", perguntava Douglas no meio dos presentes. Uma voz ao fundo se fez notar com um "você".  "Eu não quero. Posso ser o vice, nem vice posso ser, posso ser algo depois disso", explicou Douglas, por conta de sua atuação no Casarão Brasil.

Após negar o convite, o empresário continuou sua busca. Com a falta de espontaneidade dos demais, disparou. "Você pode ser o presidente? Luiz Carvalho será o presidente. E o Conselho Fiscal? Quem é bom pra fazer conta? Você vai ser o tesoureiro". Sem votação, o empresário finalizou. "Pronto, já temos uma Associação!".

A reunião terminou por volta das 21h15. Enquanto todos se encaminhavam para saída do clube, ainda era possível ver o assessor de comunicação apreensivo procurando por Douglas Drumond. "Falta o secretário adjunto! Quem será o secretário adjunto?".

Ações
Uma dos assuntos mais esperados para ser discutido durante a reunião eram as formas de participação na 13ª Parada do Orgulho Gay de São Paulo, que seria apresentada pelo presidente da Parada, Alexandre Santos. Porém, ele não pode comparecer. "Na próxima reunião, pretendo trazer o Xande, da Parada, que não pode vir. E também o advogado Décio Ambrósio, para tirar nossas dúvidas sobre os impostos – como não pagá-los", brincou Douglas.

A próxima reunião, com data a ser confirmada, terá a aprovação do Estatuto (que será previamente encaminhado por e-mail aos empresários) e a formalização das comissões.

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