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Pênis torto atrapalha o sexo? Veja quando é normal e quando é um problema

Seja apontado para cima, para baixo, para direita ou para a esquerda, ter um pênis torto é comum, ainda mais se a inclinação for pequena. Porém, se o órgão apresentar uma curvatura muito acentuada a ponto de doer, impedir uma ereção completa ou incomodar a parceira durante o sexo, é preciso procurar ajuda médica.
“A deformidade fica perceptível durante a excitação”, explica Júlio Bissoli, médico urologista do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.
O médico explica que, quando dói, o pênis torto pode indicar uma doença ou um problema de nascença e sua deformidade pode aumentar e até levar a um estreitamento ou encurtamento. Como consequência, a autoestima do paciente pode ficar abalada, ainda mais se o órgão começar a dificultar a penetração e limitar certas posições sexuais.
Disfunção erétil e sexo intenso contribuem
Quando o pênis é muito torto, pode ser que o homem sofra de um problema de curvatura peniana congênita, ou seja, uma má formação de nascença que passa a ser notada, contudo, somente na puberdade e adolescência, quando começa a vida sexual. Porém, a principal causa, afirma Júlio, é a doença de Peyronie. “A teoria mais aceita é que microtraumas no pênis (pequenos machucados, pancadas) induzem uma inflamação acentuada, que gera uma cicatrização anormal na túnica albugínea (capa dos corpos cavernosos responsáveis pela ereção).
Daí, essas cicatrizes resultam em placas calcificadas, que alteram a elasticidade dos tecidos, provocando, entre outros problemas, a curvatura peniana acentuada durante as ereções”, explica.
Rodolfo Favaretto Filho, médico especialista pela Sociedade Brasileira de Urologia, acrescenta: “Os microtraumas podem aparecer devido a atividades sexuais intensas, aplicação de medicações intracavernosas para estimular ereção, fraturas do pênis (comum de acontecer quando há má qualidade de ereção do órgão, que não tão rígido pode sofrer lesões ao penetrar), entre outros”.
Se o homem for diagnosticado com doença de Peyronie, ao apalpar seu pênis ereto, sentirá a dureza da calcificação. Com ele flácido, perceberá uma consistência mais firme ao toque. Já na curvatura peniana congênita não há sinal de placas endurecidas palpáveis ou visíveis em diagnósticos. Quando o problema é congênito, o pênis geralmente é grande e envergado para baixo, mas também pode ser voltado para todos os lados.
Posição dentro da cueca não afeta formato
Quanto ao posicionamento do pênis dentro da cueca, não se preocupe, pois, mesmo que ele seja um pouco torto, quando flácido, sua flexibilidade garante ajustes para qualquer direção. Mantê-lo do lado oposto ao de sua curvatura também não resultará em nenhuma mudança de formato, pois, com o caminhar e a movimentação natural do corpo ao longo do dia, o órgão pode mudar de posição por si só.
Já na hora de urinar, dependendo da angulação, pode ser um pouco complicado acertar o vaso sanitário, mas a deformidade raramente compromete o funcionamento do sistema urinário.
E não pense que é um assunto que diz respeito apenas a garotões. O urologista Rodolfo Favaretto Filho aponta que no caso de curvatura peniana relacionada à doença de Peyronie, quando há acúmulo de microtraumas, homens mais velhos saem em disparada. “Atinge, aproximadamente, 10% dos homens e, mais frequentemente, os que estão acima dos 40 anos. Mas a curvatura pode aparecer em jovens, também, principalmente, após o início da atividade sexual”, esclarece.
O que é torto pode se endireitar
Para resolver a questão da tortuosidade, caso haja dor, incômodo e o médico verifique a necessidade de intervenção, o paciente pode se submeter a tratamentos ou cirurgias.
“Na fase aguda, quando há inflamação, é possível que se estabilize a placa fibrótica e, como consequência, a tortuosidade peniana, com uso de medicações via oral, gel, pomadas e até mesmo drogas injetáveis”, explica Rodolfo, sobre tratamentos para doença de Peyronie. Não é possível tratar a curvatura congênita com medicamentos, pois, nesse caso, não houve traumas ou infecções antecedentes.
Ainda sobre tratamentos para doença de Peyronie, o urologista Júlio complementa: “Com ondas de choque de aparelhos, originalmente utilizados para quebrar pedras nos rins, também é possível diminuir o tamanho da placa e suas deformidades associadas, inclusive disfunção erétil”.
Procedimentos cirúrgicos, por sua vez, entram em cena apenas quando a curvatura é congênita, ou quando (em caso de doença de Peyronie) a placa já está calcificada e a curvatura peniana estabilizada por, pelo menos, seis meses. A depender do caso, pode ser realizada uma reconstrução do tamanho do pênis para assegurar a satisfação do paciente e até uma colocação de prótese peniana quando há disfunção erétil grave associada.
Se o motivo for doença de Peyronie, para não ter que se submeter a uma cirurgia, o médico Rodolfo Favaretto Filho conclui: “Deve-se evitar todos os fatores de risco que possam gerar microtraumas penianos, o que envolve atividades sexuais vigorosas ou com o pênis parcialmente duro, além de corrigir causas de disfunção erétil, como diabetes, colesterol, hipertensão e consumo excessivo de álcool, cigarro e comidas gordurosas”.
MATÉRIA ORIGINALMENTE PUBLICADA NO SITE UNIVERSA DO PORTAL UOL

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