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Liberdade ou repressão?

Li dois tuites muito interessantes do @guitronolone: 
– "Eu nunca saí na rua com um CD da Cher na mão gritando VOCÊ PRECISA CONHECER O AMOR GAY!!!  Por que crente deve ter esse direito?"
– "Relembrando: é contra aborto? Não faça. Contra casamento gay? Não case com um. Contra drogas? Não use. Quer ser religioso? Seja na igreja!"

É claro que quando falamos de drogas é muito complicado. Sou a favor do livre arbítrio, mas num pais sem oportunidades, sem educação e sem saúde publica, drogas liberadas seriam muito prejudiciais.

Isso tudo está ligado ao autoritarismo, em uma pessoa dizer o que a outra deve ou não fazer consigo própria.  Veja, eu sou homem, quem sou eu pra dizer se uma mulher tem ou não o direito de fazer um aborto no corpo dela? Particularmente eu tentaria convencer uma mulher a não fazer aborto, a entregar pra adoção ou algo do tipo, mas alguém deveria ter o direito de obriga-la a ter a criança? Claro que não.

Chega até ser engraçado alguém dizer que é contra ao casamento entre gays, veja se eu quero me casar com alguém que tem o mesmo sexo que eu, por qual motivo uma terceira pessoa deveria dizer que é contra esse casamento?  É como o Gui tuitou, é contra o casamento gay? Então tenha um casamento heterossexual. Agora decidir que eu devo seguir isso já é demais.

Ah o motivo são as igrejas. Eles acreditam que Deus não gosta, que Deus acha feio e que sai uma lagrima do rosto de Deus quando eu amo meu marido. Além de ridículo, deveriam se lembrar de que vivemos uma democracia, que segundo a constituição do Brasil o estado é laico, ou seja, nossas leis não deveriam se influenciar por nenhuma religião. Mesmo porque temos varias no Brasil, e quem tem uma religião diferente deve seguir os mandamentos da religião que tiver mais influencia no governo? E quem não acredita em Deus? É obrigado a seguir esses mandamentos desse Deus? Cadê o senso de coletividade?

Eu gostei muito de uma frase dita no Supremo Tribunal, na ocasião em que foi autorizada a união homo afetiva, que ainda está longe de ser o ideal, mas foi uma boa vitória. Um dos ministros disse: "eu voto a favor, pois a união estável para homossexuais dá direito a homossexuais, e não retira direito de nenhuma outra pessoa. Essa lei só beneficiará as pessoas homossexuais, e não prejudicará os heterossexuais".  Ou seja, nós homossexuais lutamos por direitos nossos, enquanto religiosos lutam contra os direitos de terceiros, a intenção deles é só prejudicar terceiros.

Também li as sete polemicas ideias do pré-candidato Ron Paul a presidência norte americana, concordo quase tudo, apesar de entender zero de política americana. Mas a base de tudo, é que o ser humano é dono de sua própria vida e decidem seus rumos, ele decide com quem deve se casar, e que tipo de substancias vai usar. Estranhamente o Ron Paul é contra o aborto. Ele serve apenas para discutir essas ideias libertarias o que é muito importante, mas possibilidade de chegar a candidato nos Estados Unidos é zero.

Só pra terminar esse assunto, na sexta feira eu assisti o musical Hair, o tema é exatamente essa liberdade, fala do movimento hippie dos anos 60 nos Estados Unidos. Assisti o musical pensando que seria uma grande propaganda da vida libertaria, mas em determinado momento a peça mostra todo um lado negro dessa vida louca, mostra os personagens com depressão, irritados, sem lugar pra dormir, tudo isso uma noite pós uso de drogas. Então não sei bem sobre o que pensa o autor da peça. Acho que ele mesmo ainda não sabe qual é o melhor lado da vida. A liberdade/loucura ou racionalidade/repressão?

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