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Destaques GLS: Fique esperto com armadilhas de michês em saunas

Entrevistar garotos de programa é uma das árduas tarefas deste ofício. Eles mentem, a exemplo dos políticos. Eles cobram, mas nada garante que algo verdadeiro surgirá dessa conversa. Fui a saunas que recrutam michês para tentar identificar os truques mais frequentes usados por esses profissionais do sexo.

Não dá para enganar os boys mais experientes. Eles sabem identificar na hora o cliente marinheiro de primeira viagem. Esse é um dos melhores alvos dos michês, pois o cliente desconhece a dinâmica do lugar, o ritual de aproximação e a tabela de preços.

O bofe de aluguel se aproxima, senta ao seu lado, sorri, põe a mão na sua perna ou pede para fazer uma massagem nas suas costas. Se você procura um sexo espontâneo e gratuito, não se engane: despertar o tesão antes de combinar o preço é uma armadilha clássica dos boys. Ele deixa você iniciar a pegação; excitado, o cliente fica mais vulnerável a topar o programa.

Ao procurar uma sauna, tente se informar antes se o lugar é reduto oficial de michês e o horário de maior movimento. Quem chega muito cedo nesses locais, no período da tarde, por exemplo, corre o risco de ser o único cliente para ser disputado por uma dúzia de boys.

Nem sempre o garoto de programa estar identificado na sauna com uma sunga, por exemplo. Antes de fechar o programa, ele pode adotar uma abordagem carinhosa e fofa, tentando seduzir o cliente, mostrar interesse e, em alguns casos, conta até histórias de sua vida. Fazer um drama justificando a prostituição costuma ser outra cilada para derreter o coração dos gays mais ingênuos.

É preciso ficar atento aos custos extras do programa. Nem sempre é informado o valor do aluguel do quarto em que o sexo será consumado. Ao negociar o preço, detalhe bem as regras da transa (posições sexuais, fetiches e o respeito a determinadas ordens e cuidados com prevenção).

Um michê me contou que costuma apagar a luz do quarto quando não está muito animado com o cliente. Para o cliente chegar logo ao orgasmo, o truque mais usado é lamber ou morder a orelha, o pescoço e a nuca, falar palavrões ou fazer a cama mover e ranger.

Não tente mudar as regras durante o jogo. Há garotos de programa que reagem a isso com violência, como a tentativa do cliente de beijá-lo, fistá-lo (enfiar dedo, mão, punho ou pé no ânus) ou de submetê-lo à posição passiva. Se foi combinada apenas uma massagem (sem penetração), ele vai reforçar a pegada e tentar convencê-lo a fazer o serviço completo e cobrar um valor maior.
 
Outra situação perigosa para o cliente é avaliar o desempenho dos michês. É melhor evitar queixas no território dominado por eles. Nessa profissão, o consumo de remédios estimulantes e drogas é bastante comum. Não adianta reclamar que o boy estava meia bomba ou que não gozou. Vai fazer o quê? Reclamar no Procon?

Revelar dados pessoais a um boy também pode ser uma roubada. Com um número de celular, ele pode infernizar a sua vida com extorsões ou usar comparsas para armar golpes, principalmente em clientes enrustidos e casados. Quem tem esse tipo de preocupação precisa evitar pagar a conta da sauna com cartão de crédito ou cheque.

No Brasil, ainda há muito preconceito com frequentadores de saunas, o que não ocorre na Europa, por exemplo, onde a prática é cultural e com benefícios, como ajudar o corpo a desintoxicar. Há homens que gostam de se barbear em saunas, pois os pêlos saem com facilidade. Também pode ser um espaço de lazer e convivência. Em alguns lugares, o cliente encontra aparelhos de musculação, revistas GLS, salas de jogos, piscinas, computadores ligados à internet e até salas de exibição de filmes não-eróticos. É preciso separar o joio do trigo e ficar esperto para não cair nas armadilhas do desejo e do tesão.


Pornô político

O ator pornô Rafael Alencar se manifestou sobre sua indicação ao prêmio Grabby na categoria "pênis mais gostoso" nos EUA. Ele questiona os reais critérios das premiações na indústria pornográfica. "Tem muita política envolvida. Eu sei que sempre serei indicado entre os melhores, mas não espero muito uma vitória, porque nunca sou exclusivo de um estúdio. E geralmente os vencedores são exclusivos", disse Rafael. Mesmo assim, às vezes, o brasileiro é lembrado. "No mês passado, eu venci o prêmio de melhor ativo do mundo no prêmio Hookies", lembra o ator. As premiações fazem parte da estratégia dos estúdios pornôs de divulgar seus filmes e astros.

Barraco no funeral

Nem no luto a militância se une. Rolou o maior barraco no fórum virtual de Luiz Mott devido à morte de Paulo Biaggi, do programa Brasil sem Homofobia, em um acidente de carro no final de semana. O fundador do Grupo Gay da Bahia reclamou da omissão nos informes da morte sobre a orientação sexual da vítima. O ativista Beto de Jesus perdeu a paciência com a cobrança e mandou Mott "se mancar", pedindo respeito à dor dos amigos. Mott revidou e disse que havia um "complô de silêncio querendo esconder, negar, destruir a homossexualidade de nossos vips". Para o "decano do movimento homossexual brasileiro", como Mott se apresenta, é "lastimável, vergonhoso, inaceitável, absurdo, burrice, pieguismo alienante, submissão à homofobia familiar do finado, susceptibilidade desprezível sob o pretexto de respeitar o luto". É melhor ficar mesmo em silêncio.

Superpop na Globo

E foi emocionante ver Silvetty Montilla na tela da Globo. "E aííí, eu sou Charuba Massad, muito prazer" foi sua primeira fala no humorístico "Toma Lá Dá Cá". Hoje, ao atender uma ligação, não resisti e repeti a frase para um amigo. Para quem acompanha a carreira do ator transformista paulistano Silvio Cássio Bernardo, de 41 anos, seus minutos no foco da maior emissora do país representam um reconhecimento do seu talento e sucesso, já aplaudidos nos palcos de clubes gays e também no circuito teatral da praça Roosevelt.

Tirando esse lado positivo da visibilidade global de Silvetty, não podemos deixar de lamentar o texto ordinário do programa em geral, cheio de chavões homofóbicos, piadas datadas, um horror de caracterização para a comunidade gay, trans e lésbica. Nem a Praça é Nossa (SBT) faria pior. Não é de hoje que escalar atores transformistas e drags vira arma para alavancar audiência. O SuperPop, na Rede TV!, costuma dar bons picos de ibope com travestis.

Quem começou na TV brasileira a abrir espaço para apresentações do gênero foi Silvio Santos, no Show de Calouros, aos domingos, com o auge da febre nos anos 80. A Globo ainda está devendo melhores roteiros para o trabalho de transformistas. Quem sabe depois de colocar pela primeira vez uma atriz cega em uma novela das sete não seja a vez de incluir um ator como Silvio. Charuba neles!

Alemão em Brasília

A filial da Blue Space em Brasília terá o DJ alemão Chris Bekker na festa "Sex Games" no próximo sábado (18), com muito tribal, progressive e electro house. Ele, que é residente do clube Bangaluu em Berlim, toca ainda em Curitiba e Rio. Em Brasília, haverá um apelo extra. Serão colocados garotos

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