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CBF é multada em R$ 240 mil pelo comportamento homofóbico dos torcedores em jogos da seleção

Em tese, o futebol é uma prática inclusiva, capaz de unir pessoas de diferentes raças e classes sociais. Na prática, a teoria passa muito longe de ser uma realidade. Embora recentemente tenham surgidos times inclusivos, a diversidade continua longe das quatro linhas, dentro ou fora delas.

Prática esportiva essencialmente masculina, o futebol é um exemplo claro da fragilidade do macho e, ao mesmo tempo, um reflexo do machismo e, inclusive, do racismo. Poderia passar horas escrevendo sobre a dificuldade ainda existente das mulheres em conseguir espaço e apoio da FIFA para exercerem a profissão. Igualmente tratar das atitudes racistas dos jogadores e torcedores, principalmente em campeonatos europeus. Entretanto, tratarei aqui de algo mais específico: a LGBTfobia.

Persiste nessa prática esportiva a dissociação do futebol às atitudes homofóbicas, refletidas em inúmeros casos de preconceito motivados pela intolerância dos atletas e dos torcedores à diversidade sexual.

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Nos últimos tempos, quando tal prática passou a ser punida, os clubes têm tentado minimizar atitudes desrespeitadoras de torcidas organizadas nos estádios, a fim de evitar multas. Contudo, ainda é bastante comum ouvir gritos de "bicha" e "viado", proferidos em tom pejorativo, dirigidos a atletas e torcedores rivais. Tal prática é percebida, ainda, nos jogos da seleção.

Por causa do mau comportamento dos torcedores, a Confederação Brasileira de Futebol foi multada em R$ 240 mil pelas atitudes homofóbicas nos estádios em jogos oficiais do Brasil. O montante é resultado de cinco punições da FIFA à entidade nacional, todas pelo mesmo motivo: "conduta imprópria entre os espectadores" em jogos da seleção.

No todo, a seleção foi multada em 20 mil francos suíços (R$ 63 mil), 25 mil francos suíços (R$ 79 mil) e três vezes em 10 mil francos suíços (32 mil), por comportamento homofóbico dos torcedores nos estádios de Manaus, Natal, São Paulo, Porto Alegre e novamente em São Paulo, em jogos contra Colômbia, Bolívia, Paraguai, Equador e Chile, respectivamente.

Além do Brasil, a Federação multou, pelo mesmo motivo, as seleções da Argentina (R$ 131 mil), Peru (R$ 82 mil), Chile (R$ 65 mil) e México (R$ 32,8 mil). De acordo com a entidade máxima do futebol, os torcedores infringiram os artigos 65 e 67 do Código de Disciplina da FIFA.

PROBLEMA A SER RESOLVIDO

Atitudes homofóbicas, tanto em jogos nacionais, quanto internacionais, continuam sendo um gargalo que precisa ser resolvido, tanto pela FIFA, quanto pelas entidades nacionais. Multas servem como um alerta para avisar que, enquanto esse comportamento excludente e discriminatório for percebido, clubes e seleções serem multados. Porém, é necessário que sejam traçadas estratégias a fim de inviabilizar a continuidade desse e qualquer tipo de discriminação.

Enquanto camadas específicas da sociedade continuar sendo preteridas e discriminadas, seja por torcedores, jogadores ou demais profissionais que compõem um time, o futebol continuará longe de ser inclusivo.

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